Assessores do ex-presidente que tinham no radar eventual candidatura do cantor para o Senado agora acreditam que ele estaria 'preparando o terreno' para Caiado, de quem é próximo.
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Gusttavo Lima surpreende ao anunciar candidatura à presidência em 2026; movimento intriga aliados de Bolsonaro e aproxima Caiado do debate eleitoral
O anúncio de que o cantor Gusttavo Lima pretende se candidatar à presidência da República em 2026 pegou de surpresa Jair Bolsonaro e seus aliados. Assessores do ex-presidente relataram ao blog que o movimento era inesperado, uma vez que Lima, apoiador de Bolsonaro nas eleições anteriores, era cogitado como candidato ao Senado.
Agora, a decisão de disputar o Palácio do Planalto levanta especulações. Aliados de Bolsonaro acreditam que o cantor possa estar “preparando o terreno” para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, com quem mantém uma relação próxima. Essa articulação seria vista como um "balão de ensaio" para Caiado, enquanto o cenário político de 2026 ainda está indefinido.
Por exemplo, caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se lance à presidência, Caiado poderia optar por não concorrer. Essa hipótese fortalece a percepção de que Gusttavo Lima estaria atuando estrategicamente para dar maior visibilidade à direita, sem necessariamente consolidar sua candidatura.
🛥️ Relação próximaA ligação entre Lima e Caiado não é recente. O governador goiano chegou a marcar presença na luxuosa festa de 35 anos do cantor, realizada em setembro em um iate na Grécia. Questionado sobre o impacto do anúncio na disputa eleitoral de 2026, Caiado minimizou a situação:
“Gusttavo é um grande amigo e sempre falou sobre suas pretensões políticas. Acho legítimo. Respeito muito e acredito que isso contribui para o debate”, disse Caiado ao blog.
Sobre as análises de aliados bolsonaristas, que enxergam o movimento como um possível "jogo duplo", Caiado preferiu adotar um tom conciliador: “É preciso dar tempo ao tempo. Qualquer debate sobre o futuro é bom para a direita.”
Uma surpresa também para Ciro NogueiraO cantor já havia discutido seus planos políticos com o presidente do PP, Ciro Nogueira, mas, até então, as conversas estavam voltadas para uma possível candidatura ao Senado. A mudança para uma disputa presidencial, contudo, surpreendeu não apenas Bolsonaro e seus apoiadores, mas também outros líderes políticos.
Reações e desafiosDentro do espectro político, o movimento de Gusttavo Lima gerou reações distintas. Para aliados de Bolsonaro, o cantor dificilmente conseguirá consolidar uma candidatura presidencial sem o apoio de figuras influentes como Bolsonaro ou Lula. A percepção é que iniciativas como a de Gusttavo Lima foram inspiradas pelo efeito Felipe D’Avila e Pablo Marçal, que animaram outsiders a tentarem a sorte na política.
Já setores da esquerda enxergam a candidatura como uma estratégia de autopreservação. Para eles, o cantor seguiria o exemplo de outras personalidades que, diante de investigações judiciais, entram na política para alegar perseguição e blindar-se por meio do discurso político.
Seja qual for o desfecho, a entrada de Gusttavo Lima no cenário eleitoral amplia o debate político e desafia as estruturas tradicionais da corrida presidencial.
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